Prefeitura procura parcerias para revitalizar o antigo conjunto ferroviário

Prefeitura procura parcerias para revitalizar o antigo conjunto ferroviário

legenda: O pesquisador Gesiel Júnior e a arquiteta Anna Carolina César: revitalizar o conjunto ferroviário é ainda um sonho

Fonte da Foto: Arquivo pessoal

Placa adverte que a velha estação, tombada pelo Condephaat, não pode ser invadida 

Qualquer ocupação por estranhos é crime federal”. Com essa advertência termina o texto da placa recentemente afixada pela Secretaria da Cultura na frente do pátio de acesso ao prédio que serviu de estação ferroviária da cidade até o início dos anos 1950. Essas instalações, cheias de muita história, ficaram abandonadas por mais de duas décadas e somente agora foram legalmente integradas ao patrimônio municipal.

Se dependesse apenas da vontade do secretário da Cultura Diego Beraldo o prédio já teria recebido pintura nova para retirar as marcas do abandono. No entanto, como o mesmo foi tombado em 2016 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat), ele pediu orientações ao órgão a fim agir de acordo com a legislação. 

Assim que o Condephaat der sinal positivo, a meta do governo municipal é firmar parcerias com as faculdades de arquitetura e com a iniciativa privada para que todo o complexo da antiga Estrada de Ferro Sorocabana possa ser revitalizado. É um espaço bonito e merece ser recuperado para uso da comunidade. Estamos abertos ao diálogo e aguardando propostas”, enfatizou o secretário.  

Fonte de inspiração - “A ferrovia aqui chegou em 1895, quando essa gare foi inaugurada. O seu prédio, remodelado no princípio dos anos 1930, marcou o processo econômico de Avaré e a sua história inspira belos sonhos e substanciosas pesquisas”, indica o historiador Gesiel Júnior.

De fato, a velha estação motivou estudos de conclusão universitária das arquitetas Ana Paula Beltrami, Evelyse Santos e Anna Carolina César. Cada uma delas enfocou o tema com olhares criativos, pois em comum o sonho das três é ver a área da ferrovia toda revitalizada. 

O mais recente trabalho de graduação, intitulado “Reativação da paisagem cultural do antigo conjunto ferroviário de Avaré”, de autoria da Anna Carolina César, foi apresentado no fim de junho ao Departamento de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da Universidade Estadual Paulista – Unesp, campus de Bauru. 
Vitalidade com cultura - Segundo a jovem arquiteta, o prédio da antiga estação apresenta potencial de uso para abrigar um museu voltado à recuperação da memória ferroviária da cidade, tanto para os avareenses como para turistas. 

“Para isso a estação poderia se dividir em 5 espaços: área de exposição permanente, sala multiuso, sanitários, administração e secretaria. Na área de exposição permanente seria contada a história do surgimento da ferrovia e também da estação, com suas remodelações ao longo do tempo e ilustrando os eventos com fotografias antigas, relatos de trabalhadores e de jornais, histórias e documentações, esquemas de funcionamento de uma estação ferroviária e exposição de mobiliários antigos originais e de peças. O espaço multiuso seria uma sala que ora poderia estar voltada à palestras sobre educação patrimonial com a população e alunos de escolas, ora poderia abrigar mostras temporárias de artistas, poetas e artesãos, ora poderia abrigar atividades lúdicas e interativas relacionadas com patrimônio e com a ferrovia”, sugere.

Segundo Anna Carolina César, o cronograma seria desenvolvido em conjunto com a Secretaria da Cultura, faculdades, associações e ONGs. “Visto que a estação apresenta pouca área para abrigar o complexo programa que um museu exige, a reserva técnica e o arquivo seriam mantidos no Museu Anita Ferreira De Faria, no CAIC”, observa. 

Outra sugestão da arquiteta avareense é que o espaço fronteiriço da estação, formado pela Praça Guaraciaba Amorim, passe a abrigar feiras livres, como forma de estimular a economia local e trazer vitalidade ao espaço, hoje pouco utilizado. 

Além disso, ela aponta que a área poderia ser palco de eventos culturais complementares aos da estação, tais como saraus, bazares, articulando acontecimentos que ocorreriam tanto dentro da estação, quanto fora dela. “É uma forma de integrar o que acontece dentro da estação com as tipologias ferroviárias existentes no entorno da praça e, assim, permitir maior contato da população com o local”, conclui.

Fonte: Jornal A Comarca

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