Livro de Juca Novaes contará a história da Fampop

Livro de Juca Novaes contará a história da Fampop

legenda: 1ª Fampop Melitta, realizada em julho de 83 no Centro Avareense

Fonte da Foto: Arquivo

O músico e compositor avareense Juca Novas, que já lançou dois CDs com músicas que fizeram parte da Fampop (Canções de Primeira - Volumes 1 e 2), está escrevendo um livro que contará a história da Feira Avareense da Música Popular. "Para aproveitar que ainda tenho memória, e embora livros despertem cada vez menos interesse, estou escrevendo um, contando desde a pré-história até a pós-história da Fampop", brinca Juca, que criou o evento em 1983, ao lado dos amigos Paulo Guazzeli, José Eduardo Pinto, José Mário Nevado Guerra, Fábio Correa Martins e Ciro Cruz. Posteriormente outros nomes se juntaram ao grupo, como Clóvis Antônio Guerra, Edel Coradi, Therezinha Alves de Moraes. A família só cresceu.

Juca, que havia conquistado prêmios em alguns festivais de música pelo Brasil afora, juntamente com amigos e os irmãos, apresentaram a ideia ao pai, Dr. Paulinho, que havia vencido as eleições a prefeito de Avaré em 1982. Com o apoio de dentro de casa, mais o patrocínio da Melitta do Brasil, aconteceu a primeira edição do evento, realizada nas dependências sociais do clube Centro Avareense, no Largo São João, em julho de 1983.  Com uma assessoria de imprensa eficaz e um prêmio atraente oferecido pelo patrocinador, o festival alcançou sucesso de público, crítica e notoriedade nacional. 

Na ocasião o vencedor foi um dos mais importantes artistas da região central do país, Genésio Sampaio, hoje Genésio Tocantins. "Na fria noite de 3 de julho de 1983, teve início a 1ª Fampop (então Fampop Melitta), no Centro Avareense. Das trinta e quatro edições ininterruptas desde então, estive à frente em vinte e seis, e colaborei com outras três. Portanto, até aqui estive envolvido em 29 delas: 85% do tempo de existência do evento", conta Juca.

O livro irá narrar histórias de músicos concorrentes do festival e de artistas que se apresentarem no período em que Juca esteve à frente do evento. Serão narrativas de bastidores envolvendo Tim Maia, Caetano, Gil, Lenine, Erasmo Carlos, Fátima Guedes, Silvio Caldas, Carlinhos Lyra, Tavinho Moura, Guinga, Celso Viáfora, Milton Nascimento, Fernando Brant, Dandara, Jorge Benjor, Los Hermanos, Kleiton e Kledir, MPB4, Paulinho da Viola, Jean Garfunkel, Magrão Garfunkel, Carlinhos Antunes, Naná Vasconcelos, Bárbara Rodrix, Quartim de Moraes, Derico Sciotti, Rafae Altério, Danilo Caymmi, Lô Borges, Boca Livre, Luiz Carlos Borges, Sonekka, Professor Pasquale, Luiz Carlos da Vila, Arismar do Espírito Santo, Mauro Dias, Titãs, Toninho Horta, Tavito, Sérgio Santos, Almir Sater, Zuza Homem de Mello, Chico César, Zeca Baleiro, 5 a seco, Maurício Kubrusly, Chico de Assis, Jota Quest, Ivan Lins, João Bosco, Paulo César Pinheiro, Moacyr Luz, Aramis Millarch, Costa Netto, Eduardo Gudin, Capinam, Aldir Blanc, Tato Fischer, Mauricio Barreira, Barão Vermelho, Djavan, Guilherme Arantes, jorge Vercilo, Bráulio Tavares, e muita gente mais.

Uma das histórias, Juca nos conta: "Setembro de 1994, XII Fampop. Todos se lembram do conturbado show do Tim Maia, mas aquela edição do festival teve inúmeros outros momentos inesquecíveis. Um deles foi a homenagem ao patrono do festival, o então octagenário Silvio Caldas, o 'Caboclinho querido', um dos nomes mais importantes da história da música brasileira. No Ginásio Kim Negrão lotado de jovens, e após receber o troféu das mãos do presidente do júri, Zuza Homem de Mello, Silvio entoou o clássico 'Carinhoso' à capella, emocionando a todos. Um dos grandes momentos da história do festival".

Outro registro destacado por Juca: "Naná Vasconcelos passou como um cometa pelo festival de Avaré, em 2001. Eu era seu fã desde muito tempo, dos discos com Gismonti, com Milton, e com vários outros da linha de frente da MPB. Sua trajetória pelo mundo foi ampla e muito rica, tendo tocado com mitos como Miles Davis, Art Blackey, Paul Simon, B.B. King e Jean-Luc Ponty, até chegar a ser considerado um dos melhores percussionistas do mundo. Na Fampop, seu carisma e generosidade impressionaram a todos, fascinados pela musicalidade e a extraordinária noção de ritmo que saiam pelos seus poros. Fez de tudo: um concorrido e sensacional workshop, foi jurado (e entregou o prêmio de 'Melhor música instrumental' ao vencedor, Claudio Duarthe), deu 'canjas' e participou de uma inesquecível roda de violões no hotel Vila Verde, da qual guardo muitas lembranças, ladeado que estava por Paulo César Pinheiro e Fernando Brant. Na longa história desse festival, que já alcança 36 anos, a presença de Naná foi uma das mais brilhantes e inesquecíveis, levado que foi pelo meu amigo Capucho, que com ele trabalhava". O livro promete.

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