Exposição em Sorocaba reúne obras de Djanira

Exposição em Sorocaba reúne obras de Djanira

legenda: Os trabalhos pertencem à coleção de Gilberto Tenor

Fonte da Foto: Divulgação

Obras de Djanira da Motta e Silva (1914 - 1979), um das principais artistas do Modernismo brasileiro, poderão ser conferidas gratuitamente na exposição Djanira do Brasil: cores, povos e crenças, que foi aberta na terça-feira (19), na Biblioteca Infantil (Rua da Penha, 673). A exposição realizada pela Academia Sorocaba de Letras (ASL) fica em cartaz até 29 de setembro e pode ser vista de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. 

Durante a abertura da exposição, o jornalista, escritor e pesquisador Gesiel Júnior, biógrafo de Djanira, tomou posse como sócio correspondente da ASL em Avaré, cidade em que a artista plástica nasceu. 

Além de um desenho original, feito sobre o convite de uma exposição na Argentina, em 1962, a mostra traz 8 serigrafias no estilo naif produzidas por Djanira durante a década de 1960. As obras pertencem à coleção particular de Gilberto Fernando Tenor, atual tesoureiro da ASL. "Minha família é de Avaré e sempre colecionou obras de arte. A Djanira, ao lado de Tarsila do Amaral, é a principal pintora paulista", comenta Tenor. 

Pintora, desenhista, cartazista e gravadora, Djanira nasceu em Avaré e cresceu em Porto União, Santa Catarina. Ela começou a desenhar em 1937, após ser internada com tuberculose em sanatório de São José dos Campos. Em 1939, mudou-se para o Rio de Janeiro, numa pensão no bairro de Santa Teresa, onde acabou convivendo com artistas modernos como Milton Dacosta (1915-1988), a portuguesa Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992), o húngaro Arpad Szènes (1897-1985), o Carlos Scliar (1920-2001) e o romeno Emeric Marcier (1916-1990). 

Em 1942, expôs pela primeira vez na Divisão Moderna do Salão de Belas Artes e no ano seguinte fez sua primeira individual no edifício da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro. Nessa época, também expôs suas obras na Inglaterra, na Argentina, no Uruguai e no Chile. Morou nos Estados Unidos entre 1944 e 1947. Em 1946, realizou exposição individual na New School for Social Research, em Nova York. 

Após voltar ao Brasil, conheceu em 1950 o poeta e historiador José Shaw da Motta e Silva, com quem se casa. Nos anos 1950 e 1960, além de participar de diversas exposições, realiza importantes projetos como: o mural Candomblé (1957), para a casa do escritor Jorge Amado (1912-2001); os azulejos da Capela de Santa Bárbara (1958), Rio de Janeiro; e as ilustrações do livro Campo geral (1964), de Guimarães Rosa (1908-1967). 

Apontada como uma das pintoras de maior destaque do Modernismo do País, Djanira é reconhecida por trabalhos nos quais coexistem a religiosidade e cenas do cotidiano da vida simples dos trabalhadores, inspiradas em sua própria infância e adolescência.

Fontewww.jornalcruzeiro.com.br

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