Corpo de Bombeiros registra mais de 100 queimadas na região

Corpo de Bombeiros registra mais de 100 queimadas na região

legenda: Uma área correspondente a 20 campos de futebol foi devastada na última terça-feira em Avaré

Fonte da Foto: Corpo de Bombeiros

Ao protagonizar uma crise ambiental ocasionada por queimadas na Amazônia, o governo federal tem enfrentado um complexo cenário marcado por pressões, insultos e pressões diplomáticas. A polêmica se agravou ainda mais após a exoneração de Ricardo Galvão, ex- presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Ipen), cujo órgão tem como uma das atribuições, o monitoramento de mudanças na superfície da Floresta Amazônica.

Os números na região de Avaré apontam que vegetações do interior também estão em chamas e os números são alarmantes: Somente na última terça-feira, 27, foram contabilizadas 7 queimadas, e em uma delas, ocorrida às margens da Rodovia João Mellão (SP-255), os bombeiros levaram mais de 3 horas para conterem as chamas. A área devastada totalizou mais de 150 mil m2, o equivalente a mais de 20 campos de futebol.

De janeiro até julho foram registradas 273 ocorrências, número que representa mais de um atendimento por dia até o momento.  As estatísticas foram fornecidas pelo Corpo de Bombeiros de Avaré. Só em 2018 foram registradas 473 queimadas em 11 municípios atendidos pela equipe de socorristas. De acordo com o Sargento PM comandante interino de Avaré, Fabiano Ávila, esse número representa 12% do total de ocorrências atendidas durante o ano. “A maioria das nossas ocorrências são salvamentos, mas nesse período de estiagem, é normal que haja um aumento significativo no número de queimadas”. 

Ainda segundo o Corpo de Bombeiros, entre julho e agosto deste ano foram atendidos 122 casos de fogo em vegetação. Para Fabiano, o resultado permanece na média calculada. “As ocorrências registradas até o momento não fogem do estimado pela equipe. No mesmo período no ano passado foram atendidas 147 ocorrências de queimadas e para tentar diminuir esse número, continuamos investindo nas campanhas de prevenção”, destaca.

LEGISLAÇÃO - Em 2006 foi aprovado na Câmara de Vereadores de Avaré projeto que proíbe realização de queimadas em lotes urbanos sob pena de notificação e multa aplicada pela Prefeitura. Todavia, a coibição de incêndios em áreas rurais continua amparada pela Lei Estadual 10.547/2000 e pelo Decreto 56.2010.  Conforme previsto na legislação, causar incêndios em florestas é crime ambiental, sujeito a multa e prisão. O uso indiscriminado das queimadas rurais, além de provocar graves prejuízos ao solo, é considerado crime contra o Meio Ambiente.

CAUSAS DE INCÊNDIO – Boa parte das ocorrências atendidas na região, segundo o sargento, é causada por “bitucas” de cigarro, descartadas próximas às rodovias. Mesmo assim a proporção de incêndios criminosos ainda é considerável. “Não conseguimos estimar exatamente quantos incêndios criminosos foram registrados na região, mas infelizmente eles ainda existem. O que podemos afirmar é que a maioria ocorre próxima a rodovias, o que pode ser explicado pelo descarte de cigarros. Muitas pessoas não imaginam que uma bituca pode causar uma queimada de grande proporção”, enfatiza.

QUEIMADAS CONTROLADAS - A queimada controlada é método utilizado, com objetivos diferentes, tanto por proprietários rurais como por brigadistas em Unidades de Conservação (UC). No meio rural, a queima é tradicionalmente adotada para abrir espaço de áreas para a agricultura e também para pastagens de rebanhos. Já nos locais de preservação ambiental, o fogo é usado para combater o próprio fogo: pequenos focos são ateados, sob supervisão, para limitar a área de expansão de grandes incêndios. Fabiano salienta que o processo de autorização da queimada controlada é burocrático e exige acompanhamento de uma equipe especializada. “A queimada controlada existe por ser mais viável para agricultores e menos prejudicial ao meio ambiente. Mas ela precisa ser analisada e autorizada pelo Poder Público para que seja constatada a real necessidade do procedimento”.

Fonte: Jornal A Comarca

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