Nome de religioso de Avaré pode ser dado a uma estação do metrô de SP

Nome de religioso de Avaré pode ser dado a uma estação do metrô de SP

legenda: Reverendo Enéas Tognini, fundador da Igreja Batista do Povo

Foto Fonte: Gesiel Júnior

Proposta aprovada pela Assembleia Legislativa desagrada paulistanos

A Assembleia Legislativa aprovou recentemente projeto de lei formulado pelo deputado André Soares (DEM), que altera o nome da atual Estação do Metrô Vila Mariana para Enéas Tognini-Vila Mariana. 

A iniciativa visa homenagear Enéas Tognini, pastor da Igreja Batista do Povo, nascido em Avaré, que faleceu, no ano passado, aos 101 anos. "É justificável a homenagem, pois o pastor Tognini se dedicou integralmente à obra de Deus e em fazer o bem para as pessoas", justifica Soares. O deputado lembra que o homenageado tem especial relação com a região objeto do preito, pois a sede da Igreja Batista do Povo fica na Rua Domingos de Morais, 1.100, próxima à Estação Vila Mariana. 

Para se tornar lei o projeto depende da sanção do governador Geraldo Alckmin, mas já circula um abaixo-assinado contra a mudança do nome da estação Vila Mariana do Metrô. “Essa alteração não agregará nada para a população paulistana, além dos gastos desnecessários com a mudança de toda comunicação do metrô, que sairá dos cofres públicos”, justificam os moradores contrários à ideia. 

O homenageado - O reverendo Enéas Tognini, fundador da Igreja Batista do Povo e do Seminário Teológico Batista Nacional, é um ilustres desconhecido em Avaré. Filho de imigrantes italianos e nascido em 20 de abril de 1914, esse avareense formou-se em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, no Rio de Janeiro. 
Tognini foi o fundador da Igreja Batista do Povo (IBP) e do Seminário Teológico Batista Nacional. Na década de 1960, foi um dos líderes do movimento de avivamento espiritual, que deu origem à Convenção Batista Nacional (CBN), tornando-se presidente desta entidade posteriormente.

A influência de Tognini estendeu-se sobre líderes não apenas da Igreja Batista, mas de diversas outras denominações evangélicas. Nesse período, ele se projetou como liderança do avivamento espiritual. Ele mobilizou as igrejas evangélicas para um dia de oração e jejum contra o que ele chamava de “a ameaça vermelha”, alusão à militância comunista. Em 2011, o pastor avareense admitiu à revista Isto É: “Não me arrependode ter me alinhado aos militares contra a ameaça comunista. Eles fizeram um bom trabalho, salvaram a Pátria do comunismo”. 

Respeitado no meio evangélico, o reverendo Tognini era influente sobre líderes batistas e de outras denominações, pois sua mensagem sempre veio acompanhada da pregação dos dons espirituais. Publicou dezenas de livros e foi reconhecido pela Academia Evangélica de Letras do Brasil. Também atuou como presidente da Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), e em 2002, foi condecorado com o título de Cidadão Paulistano. Morreu no dia 9 de setembro de 2015, aos 101 anos de idade.

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