Funcionárias de creche são afastadas após agressões contra crianças

Funcionárias de creche são afastadas após agressões contra crianças

legenda: Caso aconteceu em Itatinga e a polícia abriu um inquérito para apurar os fatos

Fonte da Foto: Reprodução TV Tem

Duas funcionárias de uma creche municipal de Itatinga (SP) foram afastadas das funções após a divulgação de um vídeo que mostra uma das monitoras agredindo alunos de 3 anos. O vídeo da câmera de segurança da escola foi divulgado nas redes sociais e causou a revolta dos pais.

Os pais agora esperam por Justiça. Um boletim de ocorrência foi registrado e a polícia abriu um inquérito para apurar os fatos. O Conselho Tutelar também acompanha a denúncia e vai encaminhar as crianças para acompanhamento psicológico.

A câmera instalada na sala da creche registrou todas as agressões que aconteceram na última quarta-feira (5). Logo no início, uma das crianças é agredida pela monitora. Ela bate no aluno que está deitado. Em outro momento a monitora pega um colchão e joga em cima das crianças e uma delas chega a cair. A mulher ainda joga outro colchão, mas não acerta as crianças.

Na sequência, a monitora continua torturando as crianças, ela chega a puxar o cabelo de uma criança que brincava em um dos colchões. Em outro ponto da gravação, um aluno, aparentemente mais velho, tenta beijar a força outras alunas. Ele faz isso várias vezes, e as duas instrutoras não fazem nada para impedir. Em determinado trecho uma delas segura a menina pelo cabelo para que o menino possa beijá-la. Depois o menino volta, a menina tenta afastá-lo, mas a instrutora obriga mais uma vez.

O pai de uma das alunas conversou com a monitora logo após os vídeos serem divulgados nas redes sociais. Ele gravou a conversa com a mulher:

– Monitora: Eu posso pedir perdão para você, mas isso não vai adiantar, vai?

– Pai: não vai

– Monitora: A única coisa que eu falei para você é que eu não vi (maldade)

– Pai: Como não viu maldade, pelo amor de Deus! Não existe como não ver maldade

– Monitora: Tá bom

– Pai: Não existe como não ver maldade, a menina está lutando, meu Deus, não quer que beija! Você está ali e é a sua função. É a tua função, você é um protetor de anjo, criança não tem maldade. Criança de três anos não sabe o que é sexualidade. Não existe beijo, não existe brincadeira. Você incita!

– Monitora: Eu sei disso.

– Pai: Você acha inocente pegar, segurar ela pelo cabelo pra forçar ele beijar ela? Isso é… Ela foi no seu colo, ela estava procurando socorro. Você era o porto segura dela. Você estava ali para protegê-la, você estava ali para cuidar dela. Você estava ali para zelar por ela antes da sua vida. Você entende isso? Ela estava ali desesperada, empurrando o menino.

Revolta

Os vídeos foram gravados pelo circuito interno de monitoramento da creche na semana passada, mas os pais das crianças dizem que elas estão apresentando mudanças no comportamento há pelo menos dois meses. Por isso eles acreditam que as agressões estão acontecendo há bem mais tempo.

“Elas sempre reclamavam que elas batiam, mas a gente sempre acha que é coisa de criança, nunca fui atrás e agora vem um arrependimento da gente, de não ter acreditado no filho da gente”, completa a mãe de uma das crianças, não identificada para preservar a identidade da menor.

A revolta entre os pais é grande. “A gente até achava que era algo mesmo do convívio com outras crianças, algumas mais velhas, essa mudança do comportamento. Mas vendo esses vídeos a gente acaba repensando o que a gente imaginava. O que a gente pode sentir é raiva, ódio, mesmo que eu não tenha visto a minha filha nesses vídeos, sendo agredida, eu conheço todos os pais, a gente se vê todos os dias na porta da creche e a gente ver uma coisa

dessas acontecendo com as crianças, a gente não imagina isso para ninguém”, afirma um dos pais, que não foi identificado para preservar as crianças.

A procuradoria jurídica da prefeitura de Itatinga explicou que as duas funcionárias que aparecem nas imagens foram afastadas. “Elas vão ter responder processo administrativo na prefeitura e foram afastadas das funções com as crianças, mas estão trabalhando em outros setores, sem esse contato”, destaca a procuradora Priscila Arruda de Oliveira Paulo.

A diretora de educação de Itatinga diz que, até então, as funcionárias nunca tinham apresentado problemas. “As duas são serventes concursadas, mas há muitos anos elas trabalham como pajens, por isso demos continuidade nesse trabalho porque ainda não tivemos a oportunidade de fazer um novo concurso”, ressalta a secretária de Educação, Lígia Barnabé.

A equipe de reportagem da TV TEM perguntou à prefeitura se as duas funcionárias já estavam nas novas funções nesta segunda-feira (10), mas a administração não deu retorno. Elas não foram localizadas para falar sobre o assunto.

Fonte: Portal G1

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