Eleitorado avareense diminuiu em mais de 3 mil cidadãos nos últimos 4 anos

legenda: O decréscimo registrado nos últimos 12 anos pode até indicar implicações significativas para as estratégias eleitorais e as dinâmicas políticas do município
Fonte da Foto: internet ilustrativaConforme dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) relacionados às eleições municipais de 2024, a cidade de Avaré teve diminuição de 4,53% do eleitorado em comparação ao pleito de 2020. A diferença em relação à última eleição municipal é de 3.052 eleitores, visto que eram 67.361 em 2020 e para este pleito são 64.309 cidadãos aptos a votar.
Se a comparação for feita em relação às eleições gerais de 2022, a diminuição é ainda maior: 4.456 eleitores (para um eleitorado apto de 68.765 à época). Ou seja, o decréscimo do eleitorado avareense nos últimos 12 anos pode até indicar implicações significativas para as estratégias eleitorais e as dinâmicas políticas do município, um fator preocupante para quem pretende disputar uma eleição municipal, seja para cargo majoritário (prefeito e vice-prefeito) ou simplesmente para vereador.
De acordo com o calendário eleitoral do TSE, terminou no dia 8 de maio o prazo para a emissão do primeiro título de eleitor, transferência de domicílio eleitoral ou de local de votação e regularização de pendências junto à Justiça Eleitoral. Neste mês, desta forma, o TSE apresentou os números já consolidados do eleitorado dos municípios brasileiros que irá às urnas em 6 de outubro para eleger prefeito e vereadores.
O chefe do Cartório Eleitoral de Avaré, Michel Saab, falou à reportagem de A Comarca que essa diminuição se deve, principalmente, ao cadastramento biométrico, mas que na prática esse decréscimo não deve afetar o processo eleitoral. De acordo com o site do TSE, 57.504 eleitores avareenses já fizeram o cadastramento biométrico, enquanto que 6.805 ainda não realizaram.
Abstenções preocupam
Em 2020, em plena pandemia do coronavírus, quando foram realizadas as últimas eleições municipais, Avaré teve uma grande abstenção de eleitores: 21.196 cidadãos deixaram de votar, número que representou à época 31,47% de um total de 67.361 eleitores aptos. Naquele ano, compareceram às urnas 46.165 eleitores (68,53%).
Em nível nacional, A abstenção no processo eleitoral de 2020 foi a maior verificada nas últimas décadas. Um número bem superior aos processos eleitorais mais recentes (2018, 2016 e 2014), quando o índice ficou em torno de 21%. Número também muito superior ao verificado nos demais pleitos para prefeitos e vereadores em 2012 (19,12%), 2008 (18,09%), 2004 (17,3%), 2000 (16,2%) e 1996 (19,99%).
Com relação às próximas eleições municipais, a estimativa de especialistas é que o número de abstenções em todo o Brasil diminua e fique em torno de 18,50%, com 9,07% de nulos e brancos.
O cientista político e sociólogo Antonio Lavareda avalia que os números de abstenção são importantes “porque marcam a maior ou menor participação dos cidadãos no processo político do país” e que “o papel da obrigatoriedade do voto é muito relevante” nesse sentido.
Lavareda diz acreditar que a abstenção tem relação direta com o “desinteresse pela eleição” e também com a “dificuldade de participação” por parte da população no processo eleitoral.
“Abstenção se dá nas maiores camadas de menor renda e menor escolaridade e há um interesse menor pela complexidade do processo eleitoral pelas dificuldades de acompanhamento para esse segmento da sociedade do processo político”.
Na opinião dele, é importante que o país reflita sobre essas questões e que o Tribunal Superior Eleitoral estimule cada vez mais que as pessoas consigam votar. “Abstenção deve ser vista como um problema de todos nós, um problema da sociedade”, afirma. (Com informações do Jornal A Comarca)