Desmatamento continua afetando o Rio Pardo
O Meio Ambiente sofreu um grave revés há algumas semanas, quando a liminar que impedia a continuidade do desmatamento nas margens do rio Pardo na cidade de Águas de Santa Bárbara foi derrubada pela Justiça Federal. A liminar havia sido concedida no ano passado pela Justiça Federal de Ourinhos, mas acabou sendo revista em São Paulo por intermédio de um recurso da empresa responsável pela construção da PCH — Pequena Central Hidrelétrica.
O prejuízo, segundo o ecologista Luiz Cavalchuki, é imenso. Segundo ele, já foram desmatados o equivalente a 80 campos de futebol. “É um crime”, avaliou.
A ação contra as usinas foi movida pelo Gaema, órgão ambiental do Ministério Público, a pedido da ONG “Rio Pardo Vivo”, com sede em Santa Cruz do Rio Pardo e atuação em todo o leito do rio Pardo, inclusive Águas de Santa Bárbara.
Também estavam previstas a construção de mais três PCH em Santa Cruz do Rio Pardo, destruindo, inclusive, saltos naturais de relevância turística. Entretanto, a ONG conseguiu reverter a construção no âmbito da própria Cetesb, que não concedeu as licenças ambientais. As obras em Santa Cruz, segundo Cavalchuki, foram canceladas.
Mas o crime continua em Águas de Santa Bárbara, onde o desmatamento recomeçou de forma violenta há algumas semanas. “A estimativa é que já foram retiradas mais de 20 mil árvores”, contou o ecologista da ONG.
Outro problema, segundo Cavalchuki, afeta a fauna da região de Santa Bárbara. Vários animais silvestres já foram encontrados mortos e muitos estão invadindo a área urbana da cidade.
A ONG ainda vai tentar reverter a situação, pedindo ao Gaema para solicitar que o mérito da ação seja julgado na Justiça Federal de Ourinhos. A empresa sustenta que, com base na decisão de São Paulo, que os autos sejam encaminhados à Justiça Federal da capital.
Segundo o membro da ONG “Rio Pardo Vivo”, o dano ambiental já pode ser considerado um dos maiores da história da região.
Cavalchuki alertou que o desmatamento em Águas de Santa Bárbara já afetou o Meio Ambiente de Santa Cruz do Rio Pardo. Há algumas semanas, durante as enchentes provocadas pelas fortes chuvas, técnicos perceberam que a água do Pardo que transbordou está com acidez muito acima do normal. “Isto é fruto do assoreamento do rio em Santa Bárbara, que está empurrando areia e terra pelo leito abaixo”, explicou.
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* Com informações e fotos do jornal “O Debate”, de Santa Cruz do Rio Pardo