Cultura de Avaré se despede do músico João Bosco de Paula, o Flores

Cultura de Avaré se despede do músico João Bosco de Paula, o Flores

legenda: Flores faleceu na manhã desta segunda-feira após uma dolorosa luta contra o câncer

Fonte da Foto: Fernando Lopes

A Cultura avareense amanheceu mais triste na manhã desta segunda-feira, 12/04. Faleceu aos 68 anos, após uma dolorosa batalha contra o câncer, o músico João Bosco de Paula, o Flores (também conhecido por Florisbela). Juntamente com os amigos Kleber Silveira e o saudoso Shanná (José de Alencar Arruda), eles formaram o grupo vocal Treis do Brejo. Ele deixa a esposa Selma, filhas Júlia e Bruna, além de centenas de amigos e fãs que soube cultivar ao longo dos anos.

“Meu parceiro foi embora. Me restou uma grande tristeza”, lamentou o amigo e parceiro de música por várias décadas”, Kleber Silveira.

ORIGENS - Os integrantes se juntaram em 1991, às vésperas da Feira Avareense da Música Popular (Fampop) daquele ano. “Shanná, que era uma espécie de trovador no vilarejo, querendo participar, compusera a música “A procura” e, procurando um companheiro para essa aventura, achou ali mesmo perto de sua casa outro trovador, o Klébão, que por sua vez também chamou seu concunhado, o Flores. Num primeiro encontro para começarem a arranjar a música, perceberam que tinham os mesmos gostos e uma afinidade musical forte e foram tocando o que vinha em mente, começando com “Cio da Terra”, “Cuitelinho”, etc. Foram muito além só da referida música combinada para o festival”, conta o músico e escritor Maú Bruno.

A história sobre o nome do trio, aliás, já dá uma mostra de sua irreverência. Eles subiram ao palco da eliminatória local, porém sem uma definição sobre como seriam chamados.

“Não sei quem, ao tirar sarro deles, numa comparação com o grupo Três do Rio (quem não se lembra da propaganda do Bamerindus?) os chama de Três do Brejo, mais tarde grafado como 'Treis do Brejo' e sem querer batiza um dos mais autênticos grupos que aqui se formaram, perpetuando essa espécie de sapos”, continua Bruno.

O PÓ DA ESTRADA - O trio se tornou figura carimbada em festivais, ganhou vários prêmios e rodou os mais distantes rincões de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio de Janeiro, acompanhado, muitas vezes, pela banda de apoio “Biscate Florisbela”.

“As viagens mais se pareciam com uma comitiva de pescaria, visto que, além do humor, no meio das “traias” musicais, ia também uma garrafa personalizada de água que passarinho não bebe que era disputada entre os novos amigos, vários, que faziam pelo caminho. E quantas viagens fizeram. Projeto Mazzaropi, programas de TV como o “Viola Minha Viola”, shows e etc”, lembra Maú.

O FIM - O período áurea duraria até a primeira metade da década passada. “Mas nesse conto da vida real, diferentemente do “e foram felizes para sempre”, em 2003, o grupo fora surpreendido por um grave problema de saúde em Shanná, que nos deixaria no ano seguinte, e a piada perde um pouco a graça. Diante ao fato, Klébão e Flores seguiriam caminhos diferentes, porém com a marca de serem sempre um dos “Treis do Brejo””, finaliza o escritor (com colaboração do Site Fora de Pauta).

CONFIRA O VÍDEO DA APRESENTAÇÃO DE KLEBER E FLORES NA FAMPOPINHA DE 2011, COM A MÚSICA "MARÉS"

 

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