O público votou e escolheu o músico Zé Alexanddre como o grande vencedor do The Voice +, na final que foi ao ar pela Rede Globo de Televisão no domingo, 04/04. Foi a primeira temporada dessa nova versão do reality musical para pessoas com idades a partir dos 60 anos.

Parceiro de Oswaldo Montenegro em dezenas de canções, Zé Alexanddre, 63 anos, é natural do Rio de Janeiro. Como compositor e intérprete, participa de diversos festivais de música pelo país. Na FAMPOP de 2010, conquistou o 2º lugar com a música “Procura”, recebendo o troféu das mãos do professor Pasquale. Em sua discografia, estão os CDs “Zé Alexanddre ao Vivo” (1999) e “Olhar Diferente” (2006).

Sobre o amigo e sua vitória, o músico e compositor avareense Juca Novaes escreveu, em suas redes sociais: “Estava eu na plateia do festival da Tupi, em 1979, no Palácio das Convenções do Anhembi, que aplaudiu “Bandolins”, de Oswaldo Montenegro, terceira colocada do evento. Chamava a atenção a voz do cara que cantava com Oswaldo, e que contribuiu muito para o sucesso da canção.

Ali - 42 anos atrás, portanto - fiquei fã da voz do Zé Alexanddre, o coadjuvante - mas a grande voz daquela apresentação. Dez anos depois, eu estava concorrendo no festival de Cascavel, no Paraná (Fercapo), interpretando, com minha irmã Lucila Novaes, a canção “Sintonia”, de Jean e Magrão Garfunkel. Ficamos em segundo lugar, e o primeiro ficou com aquele mesmo Zé Alexanddre, que eu reencontrava depois de uma década, e enfim conhecia pessoalmente. Ali ele mostrava também seu lado compositor, com “América dos nus”, que contava com um grande coral de cantores de Cascavel, que ele arregimentara e dirigira com grande profissionalismo.

Ali - 32 anos atrás, portanto - fiquei fã do Zé Alexanddre compositor. A partir de então, ficamos amigos, e fiquei fã também da pessoa. Nas décadas seguintes, nos encontramos em festivais, em alguns dos quais ambos éramos participantes, outros nos quais eu era jurado e ele concorrente (como em Ilha Solteira, em 2002, numa edição em que ele venceu com um de seus hits de festivais, “me joga na parede, me chama de lagartixa”). E também nas várias vezes em que ele participou da Fampop, em Avaré, tendo sido premiado em várias delas, como o vice-campeonato em 2010, com “Procura”, no ano em que Caetano Veloso foi o patrono e fez o show da final. Numa das edições, no início dos anos 1990, apresentou “Velhas estradas”, ótima canção que depois gravou com o velho parceiro Oswaldo Montenegro, e que na apresentação no festival contou com um vocal de cantores avareenses, a exemplo do que fizera em Cascavel.

Zé Alexanddre continuaria a participar de festivais do interior e a cantar em bares, mostrando para plateias de menor alcance seu extraordinário talento, se não fosse a oportunidade que surgiu com o “The voice +”, do qual hoje se sagrou o grande campeão.

Semana a semana, acompanhei sua saga e de outras vozes incríveis que integraram o programa, e passei a admirar ainda mais aquele cara de voz límpida, afinadíssima nos graves, médios e surpreendentes e seguros falsetes, de quem eu me tornara fã desde quando era um universitário, quarenta e dois anos atrás.

Zé Alexanddre encontra seu lugar, agora como protagonista, muito seguro do seu talento. Parecia que estava, durante todo esse tempo, aguardando a oportunidade. Só lhe faltavam o espaço e a ocasião num ambiente à altura, para que o Brasil conhecesse sua voz. Faltava mais um festival (e o “The voice +” nada mais é do que um festival), mas que fosse um “daqueles”, com abrangência nacional. E ele veio.

Hoje, os corações de seus amigos festivaleiros se aquecem com a conquista, se somando aos milhões de brasileiros que agora, finalmente, conhecem essa voz que há décadas é uma das referências em minha vida”.