Morre o poeta Claudio Cortez

Morre o poeta Claudio Cortez

legenda: Nos últimos três meses o poeta descobriu-se gravemente doente

Fonte da Foto: Arquivo

* Gesiel Júnior

Um dos grandes nomes da poesia avareense desprendeu-se do tempo nesta tarde: Cláudio Cortez

Há exato meio século ele assinava o seu único livro: “Em Silêncio de Estrelas”. Contudo, a sua atividade cultural permeou a sua existência e legou a Avaré que tanto amou, muitas coisas boas.

Cortez no nome e na essência, Cláudio empregou seu talento como servidor da Prefeitura, tendo se aposentado em 1996, quando exercera o cargo de secretário municipal da Cultura e, então, havia entregue uma obra marcante para Avaré: o seu Teatro Municipal.

. A implacável moléstia levou-o mais cedo do que imaginávamos.

Perfil reluzente

Filho de pais respeitáveis - o inesquecível Orlando Cortez, farmacêutico símbolo de confiança em Avaré, e de dona Maria da Glória Tupá Cortez, mineira da cidade de Sacramento - o avareense Cláudio Cortez aqui nasceu em 30 de agosto de 1947.

Fez seus estudos no tradicional Instituto de Educação Cel. João Cruz e no Colégio La Salle, de Botucatu. Formou-se em Letras, em 1975, pela Faculdade de Ciências e Letras da FREA.

Ainda muito jovem Cláudio integrou a Comissão Municipal de Cultura “Léa Silva”. Nessa época, janeiro de 1968, lançou o livro “Em Silêncio de Estrelas”, coletânea de composições líricas, as quais carregam mensagens reveladoras do seu espírito curioso das coisas da inteligência e da fragrância de sua inspiração poética.

Profissionalmente, Cláudio iniciou sua carreira no serviço público trabalhando no Paço Municipal ao lado do mestre Djalma Noronha, outra notável referência da literatura avareense.

Por mais de 25 anos, serviu com muita discrição e rara habilidade, sucessivamente como secretário de gabinete dos ex-prefeitos Fernando Pimentel, Misael Euphrásio Leal, Paulo Dias Novaes e Miguel Paulucci.

Dono de texto cativante, embora se ocultasse em sua natural modéstia, Cláudio foi também exímio cronista, dom revelado ao assinar belas páginas em que narra aspectos da nossa história nas edições especiais do extinto jornal “O Avaré”.

Amante das artes, ele voluntariamente apoiou diversas iniciativas culturais, atuando em eventos de realce como os Salões de Artes Plásticas promovidos na cidade. Aliás, Cláudio, admirador confesso da pintora Djanira, soube manejar o pincel e produziu algumas telas de rara beleza.

Em 1996, convidado pelo prefeito Miguel Paulucci, o artista atuou como secretário de Cultura do município. Em sua breve passagem pela pasta, coube a ele preparar a inauguração do Teatro Municipal Octávio Morales Moreno.

“Cláudio Cortez compõe no fluir espontâneo de expressões plenas de ternura, ritmo e harmonia”. Essa sábia impressão de Anita Ferreira De Maria, a grande dama da nossa poesia, nos convence de que, de fato e com louvor, ele bem cedo teve o nome merecidamente inscrito na galeria dos celebrados poetas avareenses. É onde, a propósito, já reluzem as rimas serenas do seu perfil intermediadas nos versos cálidos da sua vida.

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