CAMPING DE AVARÉ - Espaço de turismo e lazer

CAMPING DE AVARÉ - Espaço de turismo e lazer

legenda: No lugar se avista um dos mais belos poentes do Brasil

Fonte da Foto: Arquivo Gesiel Jr.

Se Avaré é hoje estância turística, fator determinante para essa conquista foi a implantação do seu Camping Municipal, medida concretizada graças à larga visão administrativa de Fernando Cruz Pimentel (1927-2017), o prefeito da época.

Também contribuíram para esse empreendimento o ex-prefeito Paulo Araújo Novaes (1902-1970), responsável pela aquisição da área, às margens do lago de Jurumirim, desapropriada amigavelmente do farmacêutico José Contrucci.

A iniciativa mereceu ainda apoio financeiro do Estado, obtida por intervenção do então secretário de Turismo, Paulo Marcondes Pestana, que nos anos 40 havia sido delegado de polícia na cidade.

O gesto desses homens públicos, afinal, aconteceu quando justamente o campismo despontava como prática iniciadora do turismo na região.

Inaugurado em 29 de agosto de 1970 na presença de dois governadores: Abreu Sodré, de São Paulo, e Paulo Pimentel, do Paraná, o Camping de Avaré está completando quatro décadas de funcionamento.

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Point turístico

Com privilegiada localização, o lugar fica às margens da Represa de Jurumirim, nas proximidades da Ponte Carvalho Pinto, a apenas 18 quilômetros da área urbana de Avaré, com acesso seguro pela Rodovia SP-255.

Considerado um dos mais modernos do país, o Camping dos avareenses é sinônimo de lazer e entretenimento. O ar puro ali predomina e as águas limpas do Rio Paranapanema agradam os turistas, os quais podem contemplar no entardecer um dos mais espetaculares poentes vistos no Brasil.

Com um quilômetro de praia fluvial, o local oferece aos visitantes ampla infra-estrutura básica para a prática de campismo em seus 48 mil metros quadrados de dimensão.

Nas temporadas de férias e feriados prolongados, a freqüência de público chega a seis mil pessoas por dia. No local há estacionamento para 250 veículos e 50 ônibus.

Para atendimento da demanda existem serviços de enfermaria, segurança e salva-vidas, bem como seis conjuntos de sanitários masculinos e femininos, todos com chuveiros elétricos.

Além de tudo, o campista encontra ali área gramada para barracas, energia elétrica, chalés, playground, quiosques, churrasqueiras, pias e um pesqueiro com capacidade para 100 pessoas.

Palco freqüente de importantes competições náuticas, o Camping de Avaré sedia em suas margens provas de jet sky, prancha a vela, pesca esportiva e nado livre. Esses esportes atraem públicos e competidores de diferentes partes do país.

Administrado pela Secretaria de Turismo, o Camping Municipal tem seu horário de funcionamento fixado das 8h às 22h. Sua capacidade de alojamento é para 700 barracas entre médias e grandes.

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Sobre campismo

Importante setor do turismo com o lazer como seu principal objetivo, o campismo é prática itinerante feita em contato com a natureza. Nela o indivíduo carrega seu abrigo para atender a principal necessidade humana: a proteção.

O campismo, a propósito, nasceu da exigência do homem de se proteger contra condições desfavoráveis de clima, tempo e animais ferozes.

O hábito de acampar surgiu na antiguidade durante expedições militares, onde tropas completas se amparavam em tendas de tecidos e peles animais.

Por volta de 1860 a prática ganhou conotação educacional ao ser inserida no processo de ensino infantil até que Baden Powel, em 1908, concebeu o escotismo espalhado pela Europa depois da 1ª Guerra Mundial.

Quando os grandes centros urbanos industriais começaram a crescer, veio a necessidade de as pessoas buscarem lugares para contato com a natureza.

Assim o campismo tornou-se essencialmente turístico e levou à criação de diversas associações. A maior delas é a Federação Internacional de Campismo e Caravanismo (FICC) com sede na Suíça.

No Brasil, ao formar o primeiro grupo de escoteiros, a marinha de guerra aderiu ao campismo em 1910. Porém, somente em barracas a prática ocorreu até os anos 60.

Em 1964, a Turiscar, primeira indústria de trailers aberta no Brasil, inicia a produção de equipamentos práticos e rápidos na montagem e desmontagem de acampamentos. Aí essa atividade deslanchou.

Nos anos 80 e 90, entretanto, com o aumento dos preços de combustíveis, sucessivos planos econômicos, instalação de pedágios nas estradas e falta de incentivos do governo o campismo começou a declinar.

O quadro agravou-se com o Código de Trânsito de 1997, cujas normas proibiram os portadores de carteiras de habilitação do tipo “B” de rebocarem seus trailers. Para tanto, o campista teria de portar a categoria mais alta de habilitação, o que levou à paralisação quase que total da produção e à falência ou fechamento das principais indústrias de veículos de recreação.

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* Do livro 'Avaré em memória viva', vol. II,

de Gesiel Júnior, Editora Gril, 2011

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